quarta-feira, 28 de julho de 2010

Silêncio.

Por Allan Ferreira

Certa poetisa descreveu a noite.
Abro o leque, para destacar o silêncio.
Silêncio traz paz mas traz guerra.
Silêncio é ação mas também omissão.
Silêncio é presença mas também ausência.
Silêncio demonstra força e fraqueza.
Silêncio demonstra concentração e distração.
Silêncio aprisiona os discursos.
Silêncio evita desastres mas adia oportunidades.
Silêncio não é bom ou ruim mas é neutro.
No silêncio o tempo passa categoricamente lento.
O silêncio odeia pressa.
A pressa se farta do silêncio.
Todos se fartam do silêncio.
Mas se ele não existisse o que seria desse momento?
O silêncio é necessário, sem silêncio não há expectativa.
Sem silêncio não há surpresa.
Hora de me silenciar. Se não puder me calar em seu abraço, que seja por hora no abraço dessa gélida noite.
Silêncio.

No mais fiquem na paz. Dedicado especialmente à Isadora Araújo.


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